Francisco Cândido Xavier

A oração

A oração para a inteligência que aceitou a luz da fé viva, em todas as circunstâncias, será:

Um templo — em cuja doce intimidade encontraremos paz e refúgio.

Uma fonte — em que possamos aliviar a alma opressa.

Uma torre — da qual divisemos horizontes novos.

Uma estação — que projete nossa mensagem de sofrimento ou de júbilo para o Céu.

Um campo — em que semeemos as bênçãos da intercessão e do amor.

Uma passagem — que nos confira acesso aos montes mais altos da vida.

Em oração

Senhor Jesus!

Esta é a casa em que nos honorificas a confiança, permitindo-nos cooperar contigo no serviço aos semelhantes, em favor de nós mesmos.

Faze-nos sentir que nos concedes aqui um educandário da alma, em função de nosso próprio burilamento para a imortalidade vitoriosa.

Ilumina-nos o entendimento, a fim de que possamos discernir os teus desígnios de nossos desejos.

Oração

Senhor Jesus:

Conserva-nos em tua simplicidade, para que te possamos atender aos desígnios.

Faze-nos compreender que todos na Terra — Espíritos encarnados ou desencarnados — somos irmãos em teu Infinito Amor.

Não nos consintas olvidar a prestação de serviço que devemos a todos aqueles que se encarceram nas indagações da inteligência, mas não nos deixes afastados de quantos se sustentam na fé pura, buscando-te no trabalho e na restauração de si mesmos, nas vias da humildade e do sofrimento.

Paz e vida

Todos estamos concordes, quanto ao imperativo de se colaborar na sustentação da paz.

A paz, no entanto, é uma construção quase sempre mais difícil que qualquer outra que se levante sobre estruturas materiais.

O próprio Jesus quando prometeu aos companheiros: “a minha paz vos dou”, ( † ) não fez semelhante afirmativa senão depois do extremo sacrifício.

Na tarefa da paz

“… A minha paz vos dou…” — JESUS (João, 14.27)

 

Todos ambicionam a paz. Raros ajudam-na.

Que fazes por sustentá-la?

Recorda que a segurança dos aparelhos mais delicados depende, quase sempre, de parafusos pequeninos ou de junturas inexcedivelmente singelas.

Não haverá tranquilidade no mundo, sem que as nações pratiquem a tolerância e a fraternidade.

E se a nação é conjunto de cidades, a cidade é um agrupamento de lares, tanto quanto o lar é um ninho de corações.

Dez apontamentos da paz

1.º — Aprenda a desculpar infinitamente para que os seus erros, à frente dos outros, sejam esquecidos e perdoados.

2.º — Cale-se, diante do escárnio e da ofensa, sustentando o silêncio edificante, capaz de ambientar-lhe a palavra fraterna em momento oportuno.

3.º — Não cultive desafetos, recordando que a aversão por determinada criatura é, quase sempre, o resultado da aversão que lhe impuseste.

Prece diante da manjedoura

Senhor,

Diante da Manjedoura em que nos descerras o coração, ensina-nos a abrir os braços para receber-Te.

Não nos relegues ao labirinto de nossas ilusões, nem nos abandones ao luxo de nossos problemas.

Vimos ao Teu encontro, cansados de nossa própria fatuidade.

Sol da Vida, não nos confies às trevas da morte.

Fortalece-nos o bom ânimo.

Reaviva-nos a fé.

Induze-nos à confiança e à boa vontade.

Com Jesus

Com Jesus, a vida adquire novo sentido.

A dificuldade se faz bênção.

Dor é alegria.

Tristeza é a véspera da consolação.

A luta construtiva produz a tranquilidade da consciência.

Trabalho é condição de felicidade.

A sombra é a fonte da luz.

A lágrima é pérola do sentimento.

Desprendimento é o caminho da posse verdadeira.

Renúncia é aquisição.

Sacrifício é a estrada para as alturas.

No Natal

É inútil que se apresente Jesus como filósofo do mundo.

O Mestre não era um simples reformador.

Nem a sua vida constituiu um fato que só alcançaria significação depois de seus feitos inesquecíveis, culminantes na cruz.

Jesus Cristo era o esperado.

Pela sua vinda, numerosas gerações choraram e sofreram.

A chegada do Mestre foi a Bênção.

Os que desejavam caminhar para Deus alcançavam a Porta.

O Velho Testamento está cheio de esperanças no Messias.

Nas orações de Natal

REMEMORANDO o Natal, lembremo-nos de que Jesus é o Suprimento Divino à Necessidade Humana.

Para o sofrimento, é o Consolo;

Para a aflição, é a Esperança;

Para a tristeza, é o Bom Ânimo;

Para o desespero, é a Fé Viva;

Para o desequilíbrio, é o Reajuste;

Para o orgulho, é a Humildade;

Para a violência, é a Tolerância;

Para a vaidade, é a Singeleza;

Para a ofensa, é a Compreensão;

Para a discórdia, é a Paz;

Páginas