Pacto Áureo: 68 anos de avanços na unificação do Movimento Espírita


No dia 5 de outubro de 1949, era formalizado o Pacto Áureo como síntese das diretrizes à unificação do Movimento Espírita Brasileiro.  À época, a Federação Espírita Brasileira, presidida por Wantuil de Freitas, instruiu o Conselho Federativo Nacional em novas bases, incumbido de executar, desenvolver e ampliar os planos da Organização Federativa em que se assentava a estrutura organizacional do Espiritismo no Brasil.

A elaboração do Pacto Áureo contou com representantes das entidades estaduais, sendo a União Espírita Mineira representada por Bady Elias Curi e Noraldino de Mello Castro. Os presentes expunham motivos e expectativas que levaram à um esboço de princípios para a Unificação, quando foram surpreendidos pelo presidente Wantuil de Freitas com um projeto de resolução por ele escrito um dia antes, no qual estavam atendidas todas as proposições dos representantes, acrescendo-se ainda outras não reivindicadas.

Assim, instalado e regulamentado logo no início do ano seguinte à assinatura do Pacto, o Conselho Federativo Nacional da FEB vem funcionando ininterruptamente desde então, prestando inestimável serviço à causa espírita, dirimindo dúvidas, fortalecendo os laços fraternos, orientando o Movimento, recomendando normas e diretrizes, aproximando instituições e contornando as incompreensões e imperfeições inevitáveis no mundo imperfeito em que vivemos.

 

PACTO ÁUREO E MINAS GERAIS

Em Minas Gerais, foram realizados quatro Congressos Espíritas: em 1944, 1952, 1958 e 2008. No III Congresso, de 1958, participantes do Movimento Espírita mineiro aprovaram o esquema unificacionista para o Estado, seguindo os moldes traçados no Pacto Áureo a nível nacional.

Assim, em cumprimento à resolução do III Congresso Espírita Mineiro, é instalado, em 1964, o Conselho Federativo Espírita de Minas Gerais (COFEMG), órgão unificador da União Espírita Mineira. Desde então, o COFEMG reúne-se anualmente em Belo Horizonte para tratar de assuntos relevantes ao Movimento Espírita estadual.

Essa dinâmica tem muito contribuído para um melhor atendimento às regiões de Minas, pois, aumenta os contatos e fortalece o Movimento Espírita, produzindo uma Unificação qualificada e estruturada no entendimento fraterno, fruto das visitas, troca de experiências, elaboração de cursos e reciclagem de atividades.

O COFEMG é formado por 28 regiões espíritas, os Conselhos Regionais Espíritas (CREs), que representam as várias regiões mineiras e o Movimento Espírita presente em cada uma.

Para auxiliar, instruir e orientar quanto à execução das atividades pertinentes à Doutrina, a União Espírita Mineira e o COFEMG criaram áreas de trabalho nas diversas frentes que constituem a lide na seara do Evangelho. São elas: Área de Atendimento Espiritual (AAE); Área de Comunicação Social Espírita (ACSE); Área de Esperanto (AESP); Área de Estudo do Evangelho de Jesus (AEEJ); Área de Estudo do Espiritismo (AEE); Área de Infância e Juventude (AIJ); Área de Orientação Mediúnica (AOM), Área de Promoção Social Espírita (APSE) e Secretaria Executiva.

 

UNIR E UNIFICAR

Em Minas Gerais, os esforços para a Unificação do Movimento Espírita têm contado com inúmeros trabalhadores que se dedicam, nos planos físico e espiritual, a que “Jesus deixe de ser o Mestre de fora para ser a instrução segura de dentro porque ele opera na intimidade de cada qual”, nas palavras do ex-presidente da UEM, Honório Onofre Abreu.

Em junho de 2007 (quatro meses antes de sua desencarnação), Honório falou sobre a União Espírita Mineira e a Unificação Espírita, afirmando que “trabalhar na Unificação é pensar grande e trabalhar no pequeno de sua órbita com carinho e dedicação”.

Mas, quais seriam as contribuições de cada trabalhador espírita à Unificação? De acordo com Honório Abreu, que atuou por muitos anos como Diretor para Assuntos de Unificação da UEM, é preciso uma postura íntima coerente com Cristo. Ao desenvolver o raciocínio, ele destaca o Capítulo 11, versículos de 2 a 6 do Evangelho de Mateus:

“João, ao ouvir na prisão o que Cristo estava fazendo, enviou seus discípulos para lhe perguntarem:

 ‘És tu aquele que haveria de vir ou devemos esperar algum outro?’

“Jesus respondeu: Voltem e anunciem a João o que vocês estão ouvindo e vendo: os cegos vêem, os aleijados andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e as boas novas são pregadas aos pobres; e feliz é aquele que não se escandaliza por minha causa.”

Honório Abreu reflete sobre a passagem evangélica:

“Se tivermos a humildade suficiente vamos notar que Jesus está respondendo as nossas inquirições. Perguntemo-nos: estamos enxergando melhor do que antes de conhecermos a Doutrina? Estamos tendo uma acústica mais acurada depois que a Doutrina tocou nosso coração nas informações extraordinárias? Será que estou me sentindo em movimento de vida quando há uns tempos atrás eu era conduzido como cadáver pelos conceitos da humanidade? Será que estou nos fundamentos da humildade, considerando-me e conceituando-me pobre, carente e necessitado para o usufruir condignamente dos padrões renovadores e que projetam o ser à felicidade?

“João Batista se sente feliz em ser o anunciador e a União Espírita Mineira, tendo-o como patrono enxerga também assim. O dia que a União encher suas dependências e esvaziar os centros, tem algo errado. Porque o papel é orientador, direcionador, no sentido de estratégias, indicações de elementos que favoreçam ao coração das pessoas o acesso mais fácil à essencialidade da mensagem de Jesus.”

 

Saiba mais:

Cinquentenário do Pacto Áureo em “Reformador” (outubro – 1999)

Orientações aos Órgãos de Unificação - 65 Anos do Pacto Áureo

O Pacto Áureo – A unificação em torno da FEB

Mensagem de Ismael