7 de setembro: a Pátria do Evangelho é livre, mas mantém suas responsabilidades


 

“...O Brasil não está somente destinado a suprir as necessidades materiais dos povos mais pobres do planeta, mas, também, a facultar ao mundo inteiro uma expressão consoladora de crença e de fé raciocinada e a ser o maior celeiro de claridades espirituais do orbe inteiro...”

(Emmanuel / Chico Xavier, em prefácio de “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”)

 

Há exatos 195 anos, às margens do Rio Ipiranga, o Príncipe Regente do Brasil, D. Pedro de Alcântara de Bragança - Pedro I, declarava a independência das terras que, por determinação Divina, haviam sido escolhidas para abrigar a árvore do Evangelho de Jesus diante do mundo.

Esse processo político e social resultou na nossa consolidação enquanto nação, territorialmente delimitada e administrativamente autônoma, e cuja comemoração se dá todos os anos no mês de setembro, fazendo-nos meditar sobre nosso compromisso enquanto seres reencarnantes nesta terra tão rica de belezas naturais, de clima ameno, e de fauna e flora exuberantes.

Não é à toa, e sem propósito, que nascemos no Brasil. E, apesar de o país, aparentemente, viver um quadro de mazelas políticas, sociais, econômicas e emocionais, tudo não escapa ao conhecimento do mais Alto, devidamente previsto e acompanhado pelo olhar carinhoso e cheio de misericórdia de Jesus Cristo.

Acompanhamento que começou bem cedo, antes mesmo da chegada dos portugueses às terras brasileiras. E cuja história é narrada no livro Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, pelo espírito Humberto de Campos, através da psicografia de Chico Xavier:

“Mãos erguidas para o Alto, como se invocasse a bênção de seu Pai para todos os elementos daquele solo extraordinário e opulento, exclama então Jesus: - Para esta terra maravilhosa e bendita será transplantada a árvore do meu Evangelho de piedade e de amor. No seu solo dadivoso e fertilíssimo, todos os povos da Terra aprenderão a lei da fraternidade universal. Sob estes céus serão entoados os hosanas mais ternos à misericórdia do Pai Celestial.

“(...) Foi por isso que o Brasil, onde confraternizam, hoje, todos os povos da Terra e onde será modelada a obra imortal do Evangelho do Cristo, muito antes do Tratado de Tordesilhas, que fincou as balizas das possessões espanholas, trazia já, em seus contornos, a forma geográfica do coração do mundo.”

Apesar de o Brasil mergulhar em crises de corrupção de valores, desespero e insatisfação social, tudo isso faz parte do processo de transformação coletiva que começa no coração de cada indivíduo, e que vai burilando o ser através do exemplo, da experiência, das provas. Nessas horas, a fé e a esperança devem, mais do que nunca, estar acesas em nosso íntimo, pois, são as horas em que o Alto nos convida a dar testemunho dos nossos valores e tesouros da alma, hauridos ao longo das múltiplas existências.

Não há “mal” que fique impune perante Deus, porque não existe o “mal”. O estado de ignorância e seus efeitos – conhecidos por nós como o ‘mal’ – é que prejudicam e determinam quanto tempo levaremos para aprender a lição que nosso espírito mais necessita para crescer. Por isso, e sabendo de nossa condição, vem Jesus e nos estimula à prática do bem, da caridade, da fraternidade, potencializando a centelha divina que habita em cada ser. Eis o caminho seguro que nos levará à ascensão de consciência e de espírito, e conforme é detalhado pelo espírito Emmanuel, no livro Caridade:

“É preciso começar com o bem e persistir com ele se desejamos a perfeição. Cada qual, porém, avança na senda que lhe é própria. Ninguém caminhará para a frente sobre o alheio esforço. Antes de pretendermos o ingresso nos mundos venturosos e redimidos, salvemos o chão em que nos firmamos, construindo o mundo mais feliz de amanhã pela melhoria de nós mesmos. Não vale contemplar sem agir, nem sonhar sem fazer.”

Que entendamos que o chão em que pisamos (físico), nosso país, é o ideal para o aprimoramento de nossa alma, de nossos valores, pois reunimos coletivamente as mesmas características que nos tornam mestres e aprendizes uns dos outros. Assim, cada um conforme suas obras, poderá garantir o seu chão (espiritual) e responder devidamente por suas ações.

E que essas ações se façam sempre pensando no nosso coletivo, no bem comum, de nossa família, nossa vizinhança, nossa pátria, pois, antes de tudo, somos um ser familiar universal, admitido na comunidade que nos é ideal e afim.

 “E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras, não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.” – (Hebreus 10:24, 25)