19 de julho: Há mais de meio século, Dia da Caridade era instituído no Brasil


 

Há 51 anos, o Congresso Nacional sancionava a Lei nº 5.063, de 4 de julho de 1966, instituindo o dia 19 de julho como o Dia da Caridade no Brasil. Conforme redigida oficialmente, a lei estabelecia a data “com a finalidade de difundir e incentivar a prática da solidariedade e do bom entendimento entre os homens.”

A reflexão que fazemos, meio século após a promulgação da lei brasileira e mais de dois milênios após a revelação da Lei de Amor, trazida por Jesus, é se temos exercitado a caridade tal qual propunha o Cordeiro de Deus, ou conforme escrita na primeira epístola de Paulo aos Coríntios, exatamente no capítulo XIII, a qual transcrevemos abaixo:

1. Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine.

2. Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada.

3. Ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria!

4. A caridade é paciente, a caridade é bondosa. Não tem inveja. A caridade não é orgulhosa. Não é arrogante.

5. Nem escandalosa. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor.

6. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade.

7. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

8. A caridade jamais acabará. As profecias desaparecerão, o dom das línguas cessará, o dom da ciência findará.

9. A nossa ciência é parcial, a nossa profecia é imperfeita.

10. Quando chegar o que é perfeito, o imperfeito desaparecerá.

11. Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Desde que me tornei homem, eliminei as coisas de criança.

12. Hoje vemos como por um espelho, confusamente; mas então veremos face a face. Hoje conheço em parte; mas então conhecerei totalmente, como eu sou conhecido.

13. Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade – as três. Porém, a maior delas é a caridade.

A importância de sentirmos e compreendermos a caridade se mostra, de igual maneira, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, no qual o capítulo XV traz como o título “Fora da caridade não há salvação”.  E do qual transcrevemos o item 10: “Instruções dos Espíritos – Fora da caridade não há salvação”.

Meus filhos, na máxima: Fora da caridade não há salvação estão encerrados os destinos dos homens, na Terra e no céu; na Terra, porque à sombra desse estandarte eles viverão em paz; no céu, porque os que a houverem praticado acharão graças diante do Senhor. Essa divisa é o facho celeste, a luminosa coluna que guia o homem no deserto da vida, encaminhando-o para a Terra da Promissão. Ela brilha no céu, como auréola santa, na fronte dos eleitos, e, na Terra, se acha gravada no coração daqueles a quem Jesus dirá: “Passai à direita, benditos de meu Pai.” Reconhecê-los-eis pelo perfume de caridade que espalham em torno de si. Nada exprime com mais exatidão o pensamento de Jesus, nada resume tão bem os deveres do homem, como essa máxima de ordem divina. Não poderia o Espiritismo provar melhor a sua origem, do que apresentando-a como regra, por isso que é um reflexo do mais puro Cristianismo. Levando-a por guia, nunca o homem se transviará. Dedicai-vos, assim, meus amigos, a perscrutar-lhe o sentido profundo e as consequências, a descobrir-lhe, por vós mesmos, todas as aplicações. Submetei todas as vossas ações ao governo da caridade e a consciência vos responderá. Não só ela evitará que pratiqueis o mal, como também fará que pratiqueis o bem, porquanto uma virtude negativa não basta: é necessária uma virtude ativa. Para fazer-se o bem, mister sempre se torna a ação da vontade; para se não praticar o mal, basta as mais das vezes a inércia e a despreocupação.

Meus amigos, agradecei a Deus o haver permitido que pudésseis gozar a luz do Espiritismo. Não é que somente os que a possuem hajam de ser salvos; é que, ajudando-vos a compreender os ensinos do Cristo, ela vos faz melhores cristãos. Esforçai-vos, pois, para que os vossos irmãos, observando-vos, sejam induzidos a reconhecer que verdadeiro espírita e verdadeiro cristão são uma só e a mesma coisa, dado que todos quantos praticam a caridade são discípulos de Jesus, sem embargo da seita a que pertençam. – Paulo, o apóstolo. (Paris, 1860.)

 

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